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Dízimo Que Năo é Dízimo! Pode?

Dízimo Que Năo é Dízimo! Pode?

Dízimo Que Não é Dízimo! Pode?

Neste artigo, o autor argumenta que os dez por cento dos salários e das rendas dos fiéis entregues sistematicamente à Igreja não são dízimos, biblicamente falando. Segundo ele, "a doutrina do dízimo como ensinada hoje em nossas igrejas constitui um atentado contra a verdade."

Não pode haver maior equívoco do que  presenciar em nossas igrejas pessoas sinceras colocarem uma certa quantidade de dinheiro dentro de um envelope, valor correspondente a 10% de seus ganhos e saírem satisfeitas achando que deram dízimos ao Senhor. Elas precisam aprender o que significa dízimo. Biblicamente falando.

Dízimo na Bíblia nunca está relacionado a dinheiro. Nunca. Nunca. Dízimo sempre está relacionado a comida, alimentos, produção agro-pecuária.

Não que não houvesse dinheiro nos tempos bíblicos. Algumas taxas para o Templo só eram aceitas em forma de dinheiro (Êxodo 30:14-16 e 38:24-31). O dinheiro era utilizado para comprar sepulturas (Gênesis 23:15-16). O dinheiro era usado para comprar bois para serem oferecidos em sacrifícios. (II Samuel 24:24). Era utilizado para pagar tributos vassalos. (II Reis 23:33,35). Era utilizado para comprar imóveis (Jeremias 32:9-11). Para pagar salários (II Reis 22:4-7). Para fazer câmbios (Marcos 11:15.17). O próprio Jesus foi vendido por dinheiro. 

Entretanto, Deus estabeleceu que somente as pessoas ligadas à produção agro-pecuária deveriam trazer dízimos. Nem todos trabalhavam plantando ou criando gado. A Bíblia fala de várias outras atividades profissionais não ligadas a agro-pecuária:

  • Artesãos (Exôdo 31:3-5; 35:31-35; II Reis 16:10);

  • Padeiros (Gênesis 40:1-2; Jeremias 37:21; Oséias 7.4);

  • Carpinteiros (II Samuel 5:11; II Reis 12:11; II Crônicas 24:12; Esdras 3:7; Isaías 44.13; Mateus 13:55;

  • Cozinheiros (I Samuel 8:13; 9:23-24). 

  • Guardas (II Reis 22:4; 25:18; I Crônicas 15:23-24; Jeremias 35:4);

  • Pescadores (Isaías 19:8, Jeremias 16:16; Ezequiel 47:10; Mateus 4:18: 13:48; Lucas 5:2)

  • Mestres-de-Obra (Rute 2:5-6; I Reis 5:16; II Crônicas 2:2,18; Mateus 20:8)

  • Ourives (Neemias 3:8, 31-32; Isaías 40:19; 41:7; Jeremias 10;9

  • Caçadores (Gênesis 10:9; 25:27; Jeremias 16:16)

  • Mercadores (Gênesis 23:16; 37:28; I Reis 10:15; Neemias 13:20; Mateus 13:45)

  • Músicos (I Reis 10:12; I Crônicas 6:33; 9:33; II Crônicas 5:12)

  • Alfaiates (Êxodo 28:3; 35:25-26; II Reis 23:7; Proverbios 31:19; Atos 9:39)

  • Coletores de impostos (Daniel 11:20; Mateus 10:3; Lucas 5:27).

Estes trabalhadores não pagavam dízimos. Uma vez que os dízimos eram oferecidos somente em forma de grãos, ovelhas, gado, você consegue imaginar os profissionais acima comprando bois, vacas e cereais para participar das entregas dos dízimos? Onde está escrito na Bíblia que eles procediam assim? Se eles não produziam este tipo de riqueza não seria uma incoerência exigir deles dízimos de coisas que não eram legitimamente frutos de suas ocupações?  Não há nenhuma citação bíblica de que os frutos do trabalho podiam ser cambiados ou compensados por ovelhas ou grãos a fim de se cumprir o procedimento dos dízimos. 

É certo que nem sempre as pessoas eram pagas com dinheiro. Jacó trabalhou 14 anos para Labão e recebeu duas esposas como pagamento. Recebeu também ovelhas e bodes mais tarde. (Gênesis 29:15-30 e 30:32). Mas o assunto aqui em  foco é mostrar que alguns profissionais recebiam seus salários em dinheiro como acontece hoje. Em II Reis 22:4-7 vemos os reparadores do Templo recebendo seus salários em dinheiro. Quem eram os reparadores do Templo? Carpinteiros, construtores, artesãos, pintores.

Em I Samuel 13-19:21 temos ferreiros ganhando seus honorários também em forma de dinheiro. Isto mostra que esta prática era conhecida e utilizada. E o que dizer das parábolas de Mateus 20:1-2 e Lucas 10:34-35 quando Jesus cita trabalhadores recebendo seus salários numa época em que os fariseus continuavam a dizimar o endro e o cominho (alimentos, por sinal)?

É certo então afirmar que a sociedade mudou? É correto afirmar que nos tempos bíblicos todas as pessoas tinham ovelhas, bois e grãos para dar ao Senhor e que hoje em dia nosso dinheiro faz esta correlação? Claro que não!

Dinheiro já existia desde os tempos de Abraão. Salário, comércio, negócios sempre existiram. Nos tempos antigos haviam variadas profissões e ocupações como hoje. Se o dízimo tivesse sido estabelecido sob a forma de dinheiro, ninguém teria dificuldade de adorar a Deus desta forma. Mas não foi assim que Deus quis. Dízimo na Bíblia é sinônimo de alimento.

Ofertas podiam ser trazidas em forma de dinheiro (II Reis 22:4-7)  Mas, quando o assunto era dízimo, somente ovelhas, bois, grãos, comida. Dinheiro nunca!

Por este motivo, em nos nossos dias, dízimo não é dízimo. Seu dinheiro entregue naquele envelope não é, e nunca será um dízimo à luz da Bíblia. Foi Deus quem soberanamente estabeleceu o que é dízimo e o homem não pode mudar.

Todos os dízimos do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor, são santos ao Senhor. No tocante a todos os dízimos de vacas e ovelhas, de tudo que passar por debaixo da vara do pastor, o dízimo (O DÉCIMO) será santo ao Senhor. Não esquadrinhará entre o bom e o ruim, nem o substituirá. Se de algum modo o substituir, ambos serão santos, e não podem ser resgatados”. Levítico 27:30-32

Curiosamente, o dizimista não tinha que separar o PRIMEIRO para Deus, mas o DÉCIMO, o último. Os animais iam passando por debaixo da vara do pastor. O dízimo ou o décimo era separado e entregue ao Senhor. Quem tivesse nove ovelhas estava automaticamente isento do dízimo. Acontece assim hoje? Quantas modificações implantadas pelos homens!

OS DÍZIMOS DEVIAM SER COMIDOS PELOS DIZIMISTAS

Porque eram os dízimos aceitos somente em forma de animais e grãos? Muito simples! Vejamos os textos abaixo:

Certamente darás os dízimos de todo o fruto das tuas sementes, que cada ano se recolher no campo. Perante o Senhor teu Deus, no lugar que ele escolher para ali fazer habitar o seu nome, comereis os dízimos  do teu cereal, do teu vinho e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas, para que aprendas a temer ao Senhor teu Deus todos os dias. Mas se o caminho for longo demais, de modo que não os possas levar, por estar longe de ti o lugar que o Senhor teu Deus escolher para ali pôr o seu nome, quando o Senhor teu Deus te tiver abençoado, então vende-os e leva o dinheiro na tua mão e vai ao lugar que o Senhor teu Deus escolher. Com esse dinheiro comprarás tudo o que deseja a tua alma, por vacas, ou ovelhas, ou vinho, ou bebida forte, ou qualquer outra coisa que te pedir a tua alma. Come-o ali perante o Senhor teu Deus, e alegra-te tu e a tua familia” Deuteronômio 14:22:29

Trareis a este lugar os vossos holocaustos e os vossos sacrifícios, os vossos dízimos e as vossas ofertas especiais, os vossos votos e as vossas ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas vacas e das vossas ovelhas. Ali comereis na presença do Senhor vosso Deus e vos alegrareis com as vossas familias por todo o bem que vos abençoar o Senhor vosso Deus. Então, ao lugar que escolher o Senhor vosso Deus... para ali trareis.... vossos dízimos” Deuteronômio 12:6,7,11

Os dízimos deviam ser comidos pelos dizimistas na presença do Senhor, no local que Ele ordenasse. No desespero para explicar este e outros textos onde Deus manda o próprio dizimista consumir seus dízimos, alguns teólogos, tomando por base escritos da tradição judaica, afirmam que os Judeus pagavam três tipos de dízimos. Esta tese é muito difícil de se sustentar, pois a Bíblia não declara isto.

Estes estudiosos dizem que os judeus davam um dízimo para sustentar as festas cerimoniais, um outro dízimo para sustentar os levitas e um outro dízimo trienal para sustentar órfãos, viúvas e os pobres em geral. 23,33% no total (*). Uma matemática tendenciosa pois dízimo, como o termo está indicando é 10% e não 23,33%!

Por que, os que fazem esta afirmação, não cobram também três dízimos dos seus fiéis hoje? Eles têm respaldo bíblico para isso! A verdade é que os dízimos no Velho Testamento não tinham apenas a função de sustentar o clero mas também contribuía para um maior equilíbrio social. Os dízimos entregues nas igrejas cristãs hoje estão anos-luz do ideal bíblico, sendo portanto espúrio. Um verdadeiro estelionato sobre a fé alheia.

O que os textos de Levítico e Deutonômio afirmam claramente:

1)      Que o dízimo deveria ser calculado sobre o fruto das semente,  cereal, vinho, azeite, vacas e ovelhas.

2)      Que o dizimista deveria comer seus dízimos no lugar em que o Senhor indicasse.

3)      Que o dizimista poderia vender o dízimo e com o dinheiro apurado comprar o que desejasse comer e beber a sua alma. Mas, nada de levar dinheiro à presença do Senhor! Se alguém não pudesse transportar os dízimos em forma de alimentos, bois e vacas, deveria vendê-lo e com o dinheiro apurado comprar outras coisas para comer, beber e se alegrar.

4)      Que o décimo animal (não o primeiro) deveria ser separado para o Senhor.

Alguns teólogos hoje, tomando o texto de Provérbios 3:9, tentam incutir na mente do povo que devemos dar primeiro para Deus. Mas, o termo “primícias” está ligado a qualidade e não a seqüência quantitativa. Tanto é verdade que A Biblia na Linguagem de Hoje traduziu este texto assim: “Adore a Deus, oferecendo-lhe o que a sua terra produz de melhor.”

5)      Que deveriam dar o dízimo “quando o Senhor teu Deus te tiver abençoado”. Dízimo na Bíblia sempre aparece numa escala crescente. De lucros, de ganhos, de bênçãos, de aumento de renda. Nunca num ambiente decrescente, de prejuízos, de recessão, de pouco dinheiro. “Todo o bem que vos abençoar o Senhor vosso Deus.”Quando o Senhor teu Deus te tiver abençoado. Quando um israelita era abençoado, somente nesta situação deveria ele trazer dízimos ao Senhor. Abraão também deu dízimos sobre um aumento de rendas. Jacó fez um voto a Deus sob a mesma base. Se fosse abençoado pagaria dízimos.

6)      Que era dizimável o aumento de renda das benção advindas da agro-pecuária. Nenhum texto diz que lucros sobre outras atividades produtivas deveriam ser dizimadas.

7)      Dízimos poderiam ser utilizados para fazer caridade. (Deut. 14:28-29).

Observe o próprio Deus condenando a prática do dízimo. Em II Samuel 8:17 Ele avisa ao povo de Israel, através do profeta Samuel, que a escolha de mudar o sistema de governo para monarquia levaria o novo rei a cobrar o dízimo sobre o rebanho como faziam os reis pagãos.

O texto apresenta o assunto do dízimo num contexto pejorativo junto com outras práticas condenáveis: “Tomará as vossas filhas” (Verso 13). “Tomará o melhor das  vossas terras” (Verso 14) “As  vossas sementes e as vossas vinhas dizimará, para dar aos seus oficiais e aos seus servos” (Verso 16). Dizimará o vosso rebanho” (Verso 17). O dízimo criado pelo homem é falso. Aqui está condenado o ato de coerção. Da obrigatoriedade do dízimo. Da taxa dizimal.

A Bíblia fala de um só dízimo. O Pentateuco não cita “primeiro dízimo”,  “segundo dízimo”, “terceiro dízimo”. Fala de três destinos. Três aplicações. Três usos:

1)      O dízimo podia ser comido pelo dizimista.

2)      O dízimo deveria socorrer órfãos, viúvas e necessitados.

3)      O dízimo deveria sustentar os levitas.

OS DÍZIMOS DEVERIAM SUSTENTAR OS LEVITAS

Em Números 18:23, 24, 31 lemos: “Mas os levitas farão o serviço da tenda da congregação, e levarão sobre si a sua iniquidade. Este será estatuto perpétuo pelas vossas gerações. No meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão. Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao Senhor em oferta alçada, dei-os por herança aos levitas, pois eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão. Vós e a vossa casa o comereis em todo o lugar, pois é vosso galardão pelo vosso serviço na tenda da congregação”

A primeira coisa a se observar neste texto tão utilizado pelos teólogos dizimistas hoje, é que os dízimos, destinados a sustentar os levitas, eram dados ao Senhor como oferta alçada. Porque a Bíblia condena a coerção nos destinos dos dízimos. (I Samuel 8:16 e 17; Isa 1:11-17; Amós 5:21-25; 8:10,11). Não havia nenhuma obrigatoriedade sistemática. A Bíblia não afirma que o destino dos dízimos era exclusivamente para o sustentar o clero.

Um segundo passo é notar que esta ordenança de Números 18 foi dada no deserto. Quando Moisés começa a escrever o que lemos em Deuteronômio (que aliás, significa A Repetição da Lei), ele já está no final dos seus 120 anos de vida. Ele diz: “São estes os estatutos e juízos que cuidareis de cumprir na terra que o Senhor, o Deus de vossos pais, vos destinou como possessão, todos os dias que viverdes na terra” Deut. 12:1.

Deste ponto em diante aparecem as outras opções do uso do dízimo autorizando o dizimista a comer seus próprios dízimos ou dá-los aos necessitados. (Interessante. Nesta época os levitas, os representantes do clero, estavam em igualdade social com os excluídos. Os órfãos, as viúvas e os pobres. Havia uma identificação do clero com as pessoas humildes. Pertenciam ao mesmo padrão social).

Havia um só dízimo com aplicações diversificadas. Não eram dízimos adicionais. A teoria dos três dízimos é invenção da tradição judaica.

Com o passar do tempo os dízimos foram tomando destino exclusivo para os levitas. No segundo Templo, após o cativeiro, já se observa uma institucionalização acentuada conforme narrada em Neemias 10:38-39; 13:10-12.

Após o cativeiro Neemias faz alguma modificações. Não nos princípios da Lei de Moisés, mas na regulamentação dela. Talvez, devido a situação financeira caótica do pós-exílio ele reduz o valor da taxa do Templo que era de meio siclo (Êxodo 30:12-16) para um terço de siclo (Neemias 10:32,33). Ele implementa outras regras novas.

Deve-se levar em conta que Neemias era um restaurador. Reconstrutor de uma sociedade cuja religião funcionava sobre pilares cerimoniais. O que ele faz então:

  • Reduz a taxa do Templo. (Neemias 10:32,33)

  • Organiza para que os dízimos sejam trazidos ao Templo (A casa do tesouro) para sustentar os levitas (Neemias 10:37) – (Leia todo o capítulo 10 sobre a “Aliança do Povo” – um verdadeiro pacto de reforma da sociedade israelita pós-exílio)

  • 90% da população morava agora em outras cidades. Fora de Jerusalém. Neemias precisava regulamentar o sustento dos sacerdotes levitas que viveriam na capital.

  • Os judeus continuariam trazendo seus dízimos em forma de alimentos. Frutos das suas colheitas. Nenhum sistema de pagamento de dízimos em dinheiro foi instituído pelo reformador. (Neemias 10:35).

Nem todos os levitas eram sacerdotes. Alguns eram:

  • Professores (Deut. 24:8; 33:10; II Cron 35:3; Neem. 8:7)

  • Juízes (Deut 17:8-9; 21:5; 1Cron 23:4; 2Cron 19:8).

  • Trabalhadores da Àrea de Saúde (Lev 13:2; 14:2; Lk 17:14).

  • Cantores e Músicos (1Cron 25:1-31; 2Cron 5:12; 34:12)

  • Escritores e Bibliotecários (1Cron 2:55; 2Chr 34:13)

  • Arquitetos e Construtores (2Cron 34:8-13)

Os que defendem que o dízimo deve ser destinado apenas para o sustento dos pastores, os levitas modernos, deveriam incluir nesta lista outros trabalhadores da igreja: músicos, cantores, zeladores, construtores, diretores da escola sabatina, anciãos.

Nem todos os levitas trabalhavam no Templo. Havia organização de turnos. O “pico” das atividades acontecia em época de festas. Por isso vemos as instruções de sustento do clero em Número 18 quando em atuação no Templo e em Deuteronômio 14 para os levitas que estavam espalhados nas cidades e que consumiam os dízimos, juntamente com os órfãos e as viúvas. 

Nossos dízimos hoje não tem nenhuma correlação com o dízimo bíblico. Não temos Templo, nem sacerdotes, nem levitas. Não vivemos numa sociedade teocrática. A lei cerimonial acabou. Não existe mais a “Casa do Tesouro”, depósito central para aquela quantidade enorme de alimentos e animais. 

Quando alguém põe num envelope 10% de seu salário, à luz da Bíblia, não está pagando dízimos ao Senhor. Deveríamos chamar aquilo de taxa denominacional, oferta sistemática ou pacto financeiro. Mensalidades, talvez. Invenção da teologia moderna. 

Toma-se textos do Velho Testamento e através de um seqüestro cerebral cria-se uma base supersticiosa. Quem dá dez por cento de suas rendas para a igreja será abençoado. Quem não o fizer, ficará sujeito às mil maldições que lhe aguardam na próxima esquina. 

Surge no denominacionalismo a figura do hipócrita social representando um papel que ele mesmo não crê. Líderes financistas, guardiães de um institucionalismo ferrenho, criado para perpetuar seus próprios interesses corporativistas, ludibriam multidões de sinceros.

Um dia a lei de Newton das paixões sufocadas vai vingar todo este descalabro que, perplexos hoje testemunhamos. Levado a cabo em nome da religião. A cada ação repressora acontecerá no futuro uma ação igualmente contrária. Quando? Quando a verdade libertar o povo de Deus de todas estas superstições. 

Quando se muda as opiniões dos homens muda-se também seus sentimentos. A superstição se transformará em revolta (no bom sentido).  A mente humana que foi subjugada no processo de formação da crença implodirá quando se der conta do engano a que foi submetida por tantos anos.

A autonomia de ditar regras e percentuais, baseadas em manipulações tendenciosas de textos bíblicos fora do seu contexto original, será cassada. Quando este tempo chegar haverá prosperidade espiritual em Israel.  

Obs. (*) – Como calcular o percentual de 23,33%? 

No primeiro ano 10% para os sacerdotes   + 10% para serem consumidos pelos dizimistas. No segundo ano 10% para os sacerdotes + 10% para serem consumidos pelos dizimistas. No terceiro 10% para os sacerdotes + 10% para serem consumidos pelos dizimistas + 10% para os necessitados. (O dízimo destinado aos órfãos e viúvas era trienal). Tomando o dízimo pago a cada três anos e dividindo-o por três, chegaremos a 3,33% anuais. Desta forma em termos ANUAIS um israelita daria 10% + 10% + 3,33% = 23,33%.  23,33 de dízimo por ano! -- Paulo Gomes do Nascimento, Formado em Teologia pelo IAE-SP.

Leia também:

  • 2. Abraão: Dizimista Modelo?
    Neste artigo, o autor argumenta que Abraão nunca foi, de fato, um dizimista. Assim, aqueles que defendem a doutrina do dízimo citando o exemplo do patriarca, estariam deturpando o conteúdo bíblico e agindo de má fé.  

  • 3. O Voto de Jacó
    Neste artigo, o autor demonstra que a história de Jacó compromete a teologia sistemática dos defensores do atual sistema de dízimos. Para ele, o voto a Deus vinculado pela condicional “Se”, desequilibra o conceito dizimista pregado hoje em nossas igrejas.

  • 4. Dízimo: Superstição ou Obrigação?
    Neste artigo, o autor argumenta que Malaquias 3:8-11 nas mãos dos defensores do dízimo, é uma enorme fraude exegética. Toma-se o texto fora do contexto criando-se um pretexto financista.

  • Artigo retirado do site:https://www.adventistas.com/fevereiro2001/paulo_dizimo1.htm